Há muitos Templos de Umbanda que não se utilizam de atabaques em seus cultos. Se voltarmos ao início, quando a Umbanda foi iniciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, não havia utilização de tambores, apenas cânticos. O ritmo era mantido com o bater compassado dos pés no chão. Atualmente, a explicação para muitos Templos manterem essa formação sem tambores nos rituais de Umbanda é a de que os atabaques e o seu som percutido levam o médium a um processo de transe anímico, ou seja, estimula a atavismo, a lembrança ancestral, o afloramento do subconsciente do médium, o que pode dificultar a atuação das Entidades Espirituais. Até mesmo as palmas, em muitos lugares são dispensáveis.
Os atabaques utilizados nos Templos de Umbanda servem como ponte de ligação e louvação aos Orixás e Guias da Umbanda. Dão ritmo aos cânticos e criam fortes vibrações para a chamada e descida das Entidades que estarão ali trabalhando. Da mesma forma, são utilizados no acompanhamento rítmico das cantigas de subida ao termino das Sessões.
Há todo um preparo e consagração desses tambores para que sejam utilizados nos rituais Umbandistas, igualmente ao Ogãns e alabês, responsáveis pelos toques. O uso dos atabaques surgiu, na Umbanda, acredita-se, por influência dos Cultos de Origem Africana, em especial de origem Bantu (Angola), em que os tambores são percutidos com as mãos, diferente dos Candomblés de Nação Keto, que utilizam varetas, chamadas de Akidavis.
Após a anunciação da Umbanda, a federação da Tenda Nossa Senhora da Piedade e todas as outras determinadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, houve um período em que alguns líderes religiosos e intelectuais foram a África no intuito de pesquisar as origens da ancestralidade africana da Umbanda Esotérica, que identificava as origens da umbanda em antigas culturas orientais. Trouxeram para a Umbanda praticas utilizadas apenas em cultos de origem africana, como o toque dos atabaques.