O sonho é uma mediunidade em estado embrionário que está lentamente se desenvolvendo no homem. Livre do corpo denso, pelas portas do sono, a alma adentra o mundo espiritual, vivendo ali as mais variadas experiências. Durante o sonho, a alma entra em contato com espíritos encarnados e desencarnados, de cujas feições e afeições pode recordar-se ou não, dependendo de seu grau de lucidez no instante em que se processa a emancipação.
São muitos os espíritos obsessores que esperam o momento do sono, para melhor perseguirem as suas vítimas nas estradas do plano espiritual. Quando no corpo, a alma se oculta da influência desses espíritos vingativos como que numa ”gruta”. É por isto que muita gente, no meio da noite acorda sobressaltada no corpo, com a nítida impressão de que estava sendo perseguida por uma ou por mais pessoas.
Mas por que o sonho é uma manifestação mediúnica?
Quando retorna ao estado de vigília, o espírito encarnado, embora nem sempre se recorde de maneira detalhada da excursão espiritual empreendida, retém consigo lembranças que são úteis tanto a si quanto aos outros. Sim, porque não raro, ele se faz o mensageiro de valiosas orientações para familiares e amigos que estejam necessitados de uma palavra de conforto ou de alerta, de esclarecimento ou de rumo.
Este tipo de mediunidade, infelizmente não é valorizada quanto deveria ser. Se os homens se preparassem melhor para o repouso físico, haveriam de ter mais sonhos e menos pesadelos.
A mediunidade do sonho ou de desdobramento ou ainda, de projeção da consciência, merece ser melhor estudada. O quanto ela pode, desde que observada sem fanatismo, servir de fonte de constante inspiração para o homem na Terra, colocando-o diretamente em contato com as esferas espirituais.