Uma das primeiras coisas que se aprende ao ser aceito em um Terreiro de Umbanda como filho-de-santo é firmar o de Anjo da Guarda. Isso é uma realidade na maior parte das vertentes de Umbanda. Mas por que existe Anjo da Guarda na nossa religião e como ele é interpretado?
A Umbanda é uma religião sincrética e híbrida, resultado do encontro de diversas tradições culturais e espirituais que se misturam e influenciam umas às outras. Basicamente, são três as tradições que deram origem à Umbanda:
- A tradição africana (especialmente, influências de etnia bantu e iorubá);
- A tradição ameríndia (indígena);
- A tradição cristã (especialmente, o catolicismo popular e o espiritismo).
Nestes tempos em que muitos tentam transformar a Umbanda em uma religião puramente africana, o que ela nunca foi (pois que é afro-brasileira), é importante reforçar que a influência cristã faz parte da religião tanto quanto as demais.
O Anjo da Guarda é uma herança da tradição cristã. Da mesma forma como Católicos rezam e acendem velas para o seu Anjo da Guarda, a maioria dos umbandistas também o faz. Contudo, o significado desse ato é reinterpretado em nossa religião.
Os anjos da guarda têm missão semelhante à das mães. Na infância são muito exigidos e solicitados, socorrendo as crianças nas situações de perigo. E no fim de cada dia de trabalho intenso, os pais ensinam as crianças a agradecerem a ele, e assim vai se estabelecendo uma relação extremamente íntima entre cada criança e seu anjo protetor. Não importa que ele não tenha um nome ou um rosto. Cada criança tem o seu anjo da guarda.
Para mim o meu Anjo de Guarda é o Meu Orixá de Cabeça.
Oração
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina, agora e sempre.
Amém!”.