O Poder da Cabaça

Um dos grandes mistérios contidos nas religiões afro-brasileiras é o uso ritualístico da cabaça. Alguns adeptos chegam desconhecer esse fundamento, mas esse pequeno texto ressaltará a importância desse elemento especialmente dentro do culto de Exu.
Em primeiro lugar, todos devem ter ciência que a cabaça é um fruto e suas sementes são comestíveis. Provavelmente em épocas remotas tenha se espalhado pelo mundo através dos rios e mares, afinal, por serem lacradas e flutuantes, suas sementes estão protegidas. Ao encontrarem solo favorável germinavam. Por tal motivo arqueólogos já encontraram artefatos feitos em cabaças em diversas culturas espalhadas pelo mundo.
Esse é o primeiro mistério desse fruto: “Proteção”! É um elemento que protege suas sementes e resiste às jornadas da vida. O segundo mistério é: “Expansão e Crescimento”, pois a partir do primeiro pé se espalhou pelo mundo inteiro. Esse princípio é descrito nos cultos ou a cabaça que contém a energia/força que se propaga. Segundo o culto Yorubá, quando Exú aponta a ponta de sua cabaça para algo, transmite seu Axé (energia vital). A cabaça pontiaguda possui uma relação esotérica com a própria força masculina e dinâmica, como se representasse o aparelho reprodutor masculino.
“…Nas religiões afro brasileiras, a cabaça é igba, na terminologia nagô, que representa o universo, o masculino e o feminino; o símbolo da união de Obatalá e Oduduwá, o Céu e a Terra.
Dentro do culto africano, Exú além de ser condutor do princípio da vida individualizada. No Axé também entende dessa maneira, entretanto, separa as funções por polaridade, ou seja:
– Exus, positivos, dinâmicos, portadores do falo mítico cuja cabaça pontiaguda representa a energia masculina.
– Pombagira, negativa, receptiva, portadoras dos segredos do útero ancestre cuja cabaça é arredondada.
As sementes da cabaça pontiaguda possuem propriedades espirituais fortíssimas que podem descarregar energias nocivas e carregar o corpo com energias dinâmica.

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