Filho de Oxalá e Nanã, nasceu com chagas, uma doença de pele que fedia e causava medo aos outros.
Sua mãe Nanã morria de medo da varíola, que já havia matado muita gente no mundo e por esse motivo, o abandonou na beira do mar. Ao sair em seu passeio pelas areias que cercavam o seu reino, Iemanjá encontrou um cesto contendo uma criança. Reconhecendo-a como sendo filho de Nanã, pegou-a em seus braços e a criou como seu filho em seus seios lacrimosos.
O tempo foi passando e a criança cresceu, tornando-se um grande guerreiro, feiticeiro e caçador. Ele se cobria com palha da costa, não para esconder as chagas com a qual nasceu, e sim porque seu corpo brilhava como a luz do sol.
Um dia Iemanjá chamou Nanã e apresentou-a a seu filho Xapanã, dizendo: “Xapanã, meu filho, receba Nanã sua mãe de sangue. Nanã, este é Xapanã nosso filho!” E assim Nanã foi perdoada por seu filho e este passou a conviver com suas duas mães.