Antônio Severino, nasceu em 1897 na pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela, atual município de Serra Talhada, no estado de Pernambuco. Era o terceiro filho de uma família de oito irmãos.
Desde criança demonstrou-se excelente vaqueiro. Cuidava do gado bovino, trabalhava com artesanato de couro e conduzia tropas de burros para comercializar na região da caatinga, lugar muito quente, com poucas chuvas e vegetação rala e espinhosa, no alto sertão de Pernambuco (chama-se Sertão as regiões interiores e distantes do litoral, onde reinava a lei dos mais fortes, os ricos proprietários de terras, que detinham o poder econômico, político e policial). Em 1915, acusou um empregado do vizinho de roubar bodes de sua propriedade. Começou, então, uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, ele e dois irmãos se tornaram bandidos. Matavam o gado do vizinho e assaltavam. Os irmãos fugiram da fazenda.
Quando Lampião formou o seu bando a princípio com dois irmãos, primos e amigos, Severino estava entre seus membros cujos integrantes variavam entre 30 e 100 membros, e passou a atacar fazendas e pequenas cidades em cinco estados do Brasil, quase sempre a pé e às vezes montados a cavalo durante 20 anos, de 1918 a 1938.
Lampião roubava comerciantes e fazendeiros, sempre distribuindo parte do dinheiro com os mais pobres. No entanto, seus atos de crueldade lhe valeram a alcunha de “Rei do Cangaço”. Para matar os inimigos, enfiava longos punhais entre a clavícula e o pescoço. O bando sequestrava crianças, botava fogo nas fazendas, exterminava rebanhos de gado, estuprava coletivamente, torturava, marcava o rosto de mulheres com ferro quente. Assassinou um prisioneiro na frente da mulher, que implorava perdão… Perseguido, junto com o bando viu três de seus irmãos morrerem em combate e foi ferido algumas vezes.
Grande estrategista, sempre saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque. Apesar de perseguido, Severino e o bando foram convocados para combater a Coluna Prestes, marcha de militares rebelados. O governo se juntou ao cangaceiro em 1926, lhe forneceu fardas e fuzis automáticos.
O governo baiano ofereceu 50 contos de réis pela captura de Severino e o bando em 1930. Era dinheiro suficiente para comprar seis carros de luxo.
Severino não morreu no dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe. Ele estava se levantando, quando percebeu a emboscada e fugiu antes das tropas de 48 policiais de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra. O combate durou somente 10 minutos, Severino matou muitos macacos pelo caminho de fuga, e continuou na vida de cangaceiro.