O Caboclo Araribóia é uma figura histórica e espiritual de grande importância no Brasil, especialmente no contexto da Umbanda e da história colonial. Sua trajetória combina elementos de liderança indígena, bravura militar e espiritualidade.
Araribóia (ou Ararigbóia) significa “Cobra Feroz” ou “Cobra das Tempestades” em tupi. “Araib” significa “Tempo Mau, Tempestade” e “Bói” significa “Cobra” .
Ararobóia foi Líder dos Temiminós, um grupo indígena tupi que habitava a Ilha de Paranapuã (atual Ilha do Governador) na Baía de Guanabara.
O conflito com os Tamoios e Franceses: No século XVI, os Tamoios, aliados dos franceses, dominavam a região da Guanabara. Araribóia e os Temiminós, em menor número, foram expulsos e se refugiaram no Espírito Santo.
A aliança com os Portugueses: Em 1560, o governador-geral Mem de Sá formou uma aliança com Araribóia para expulsar os franceses. Com seus guerreiros, ele ajudou a destruir o Forte Coligny e liderou ataques decisivos, como o de Uruçumirim .
A lenda da travessia a nado: Diz-se que Araribóia atravessou a Baía de Guanabara a nado para liderar um ataque surpresa contra os franceses.
Sesmaria de Niterói: Como recompensa, recebeu terras em Niterói (“água escondida” em tupi), onde fundou a aldeia de São Lourenço dos Índios, origem da cidade.
Batismo Cristão: Adotou o nome Martim Afonso de Sousa, em homenagem ao navegador português, e se converteu ao cristianismo.
O Conflito com o Governador: Desentendeu-se com o governador Antônio Salema por questões culturais (sentar-se “à moda indígena”) e retirou-se para Niterói, onde morreu afogado em 1574 (ou 1589, segundo algumas fontes).
Homenagens – Estátua em Niterói, voltada para a Baía de Guanabara, Feriado municipal em 22 de novembro (até 2021) e Inspiração para o romance O Guarani, de José de Alencar.
Na Umbanda a Falange de Caboclos, Araribóia é considerado um Caboclo de Ogum e Oxóssi, simbolizando coragem, proteção e sabedoria. Suas incorporações são marcadas por gestos de flechar e cantos vigorosos.
Araribóia permanece como um símbolo de resistência indígena e força espiritual, reverenciado tanto na história quanto na religiosidade afro-brasileira.
