Cambono

Geralmente, nas maiorias dos casos, o cambono inicia a sua vida espiritual em um terreiro, visitando, indo tomar um passe, ou porque algum conhecido vai no terreiro e este começa a ir também.

Ele será assistido por alguma entidade e esta entidade o informará que tem mediunidade e que a sua missão nesta vida é a de trabalhar (desenvolver) a sua espiritualidade. No começo, pânico total. É a coisa mais comum para as pessoas iniciantes na religião sentir pânico quando a mesma fica sabendo que tem o dom da mediunidade e que está nesta encarnação com a missão de trabalhar a espiritualidade e ajudar tantas pessoas que necessitam. É comum ao certo, que quando a pessoa vai em um terreiro de Umbanda a primeira vez vai sem saber o que ali acontecerá. A maioria já pensa nas matanças de animais e no sangue jorrando, já pensa nas imagens de exu tão comum com chifres e outros adereços, ou seja, só pensam em bobagens do folclore brasileiro.

O início na religião normalmente é um romper de barreiras. Na maioria dos casos o neófito vem de outra religião e em sua vida social é muito complicado se declarar

Umbandista. Quando a pessoa se declara umbandista em seu ambiente familiar ou em seu ambiente profissional ela logo será tachada de macumbeira, de feiticeira, de pai ou mãe de santo e tudo isso da forma mais pejorativa que significa. Não saberá e nem estará atento ao verdadeiro significado da palavra ou da religião Umbandista. É natural então que o iniciado se sinta sozinho e perdido no meio de tanta informação nova e que parece ser de certa forma proibida. A nossa cultura e a nossa tradição tendem a ser muito preconceituosa no que diz respeito ao tratamento com os espíritos, tudo isso parece ser muito oculto e proibido.

O começo na vida de um cambono deve ser levado como um marco em sua história na religião. O que vestir no primeiro dia? Como será dançar no ritual? Com quem irei ficar nos trabalhos? Como devo me proceder com os pais ou mães de santo? Como devo me proceder com os guias chefes da casa? São tantas as dúvidas que giram na cabeça de um cambono que as vezes o cambono se esquece qual é o verdadeiro papel dele na religião, o real porque dele estar ali. Tentarei explicar do início como fazer, o porquê fazer e quando se deve fazer. As experiências aqui descritas foram me ensinadas pelas entidades a quem servi e que eu trabalhei. Elas podem variar de casa para casa e não tem a intensão de ser a verdade em hipótese alguma e sim apenas uma referência para o neófito no cumprimento de sua missão.

Obrigado!