Como era a Umbanda Antigamente

Quando a Umbanda foi fundada tudo era feito de maneira muito simples, os Sacerdotes e os médiuns muito humildes e a maioria dos Terreiros eram em locais simples e sem luxo. Muitas vezes até locais pequenos e acanhados.

Outras Giras aconteciam em chão batido a céu aberto, os rituais eram simples, não havia luxo. Boa parte dos Terreiros de Umbanda não usavam atabaques e os trabalhos aconteciam, com muita força e devoção. Havia fé, respeito, muita união e dedicação. Os trabalhos se iniciavam com orações, rogativas de louvor e agradecimentos, todos os filhos sabiam e cantavam os pontos e batiam palmas com louvor.

Não existiam cargos para agradar médiuns, todos faziam tudo, pois assim nos era ensinado. Ser convidado para Cambonear uma entidade era uma honra, e qualquer atividade do terreiro era de responsabilidade de todos. Existia disciplina, comprometimento, entrega e confiança.

Os irmãos da corrente eram unidos, sempre um ajudando o outro, o Pai ou Mãe no Santo eram muito respeitados, pedia-se licença e permissão para falar e só se falava quando solicitado ninguém dava palpites, fazia crítica, fofocas ou intrigas. Deus nos livre de cometer faltas, pois os Orixás e as entidades estariam vendo nossos erros, faltar em uma gira, nem pensar, íamos até muitas vezes enfermos.

E hoje? Tantas vertentes, tanto charlatanismo, tanta mistificação, verdadeiros “circos”, com médium desrespeitosos, verdadeiros palhaço dando seus “shows” particulares, Médiuns mimizentos, ofendidos, arrogantes, fofoqueiros e criadores de intriga, que se ofendem por pouca coisa e não sabem receber uma repreensão.

Barracões luxuosos, ostentação, futilidades e muitas fogueira da vaidade, vestem seus brancos, mas deixam o respeito e os valores de fora, passam por cima dos fundamentos em favor de suas conveniências. Afinal o que de fato estão buscando?

A Umbanda quando começou era diferente. No início os médiuns responderam ao chamado da espiritualidade, foram por amor, com humildade e respeito, vestiram seus brancos, eram roupas simples, não havia essa vaidade de encher o pescoço de guias, vi bons médiuns trabalhando que sequer usava guias, no entanto suas entidades eram fortes e suas incorporações verdadeiras, louvava-se com respeito o Terreiro, seu Dirigente. E principalmente a Lei Maior, a Deus, aos Orixás e a todos os falangeiros, jamais um médium se atravessava numa Gira, ou saia abordando e incomodar um Guia em terra trabalhando, para resolver seus problemas pessoais, Isso não era permitido! Era proibido interferir tanto o Pai no Santo quanto as entidades que estavam trabalhando.

Os médiuns ouviam atentamente as doutrinas e ensinamentos, vindas do Sacerdote ou das entidades, aprendia-se muito inclusive com as entidades.

E hoje o que temos? Sacerdotes rasos em conhecimentos, muitos comprando “diplomas de sacerdote”, outro formados pelo Pai Google, ou sabe-se lá onde. Muito barulho show, oba oba, festa, e pouco axé. É preciso resgatar o compromisso com o Sagrado, corrigir o curso, retomar os fundamentos e doutrinas.

É preciso voltar a ser umbandista de verdade, é preciso vergonha na cara e responsabilidade, a Umbanda merece respeito!

Obrigado!