Desvendando a Polêmica do Exu Mirim

A palavra mirim deriva do tupi “mi’ri”, que significa “pequeno”. Este termo pode ou não estar relacionado a infantil, entretanto, não é uma regra.

Exu Mirim são ancestrais de baixa estatura.

A grande questão é que houve uma distorção muito grande sobre essas entidades, principalmente a partir do surgimento de literaturas da umbanda embranquecida e de teorias estapafúrdias, dos mesmos autores que criaram Oroiná (Egunitá), que diziam que exu Mirim é um ser encantado.

Por outro lado, com a influência do espiritismo na umbanda, apareceram também diversas histórias que dão conta que Exu Mirim foram crianças de rua e se transformaram em entidades para resgatar seus débitos. Como se criança tivesse que pagar pelos pecados.

Pois bem, Exu Mirim não é nem encantado e nem criança de rua!

Em África, existe uma etnia de indivíduos de baixa estatura (inferior a 150 cm), popularmente conhecidos como pigmeus.

“Pigmeu” deriva do latim [pygmaeus] que, por sua vez, provém do grego [pugnaios] (que quer dizer ‘altura de um côvado’) e tem sido empregue para designar grupos humanos antropologicamente muito diferentes entre si, mas cujo único traço comum é a pequena estatura.

Os pigmeus africanos são povos nômades que vivem no interior das florestas e quando em contato com os bantos (Congoleses) foram subjugados e escravizados passando a servi-los como se fossem seus senhores.

Daí vem o fato de os Mirins estarem sob o “comando” dos Exus. Existe uma relação entre pigmeus e povos bantos.

Existem pigmeus no Brasil?

No Brasil, mais especificamente no alto Xingu, existe uma etnia indígena que também é caracterizada por indivíduos de baixa estatura, que aliás, habitam outras partes da Amazônia e estão presentes também na Bolívia.

São esses ancestrais que se apresentam como Exu Mirim, assumindo até um arquétipo infantilizado, pela crença equivocada das pessoas que o cultuam.

Obrigado!