Joãozinho nasceu no estado do Ceará de mãe Africana. Chegou no ventre de sua mãe em um navio negreiro, no ano de 1670. Demorou para entender o que era ser escravo e vivia “aprontando das suas”: escondendo objetos, correndo pela fazenda e cutucando os bichos. Apanhava muito por conta disso, mas não deixava de rir e de fazer das suas. Dizia que assim ele podia alegrar os outros escravos! E realmente era assim que ele passava os dias: alegrando e brincando com os demais.
Um dia, porém, em uma de suas traquinagens, ele escondeu o laço do capataz e foi o suficiente para ir pro tronco. Todos os negros pediram por ele, pois falaram que ele não fazia por maldade; mas não adiantou. Joãozinho anoiteceu e amanheceu no tronco… Ele tinha 6 anos na época. Quando tiraram ele do tronco estava triste e nunca mais sorriu. A partir daí começou a definhar e a morrer aos poucos.
Quando ele desencarnou foi um luto só na fazenda! Até os animais sentiram… A terra secou, os bichos se aquietaram e ninguém mais sorriu. O dono da fazenda pediu ao capataz o que aconteceu e, quando soube, arrependeu-se…, Mas, Joãozinho não voltaria mais. Sua mãe de tristeza também se deixou morrer.
Tempos depois, os escravos começaram a contar que viam mãe e filho a andar pelas terras… E sempre que alguma coisa sumia, diziam: “- Foi o Joãozinho!” Então eles colocavam um doce para o menino e o objeto reaparecia. E assim Joãozinho ficou conhecido.