Exu Sete Covas em vida foi um escravo muito bonito que era protegido pelas mulheres brancas de sete fazendas da região. As mulheres (donas e sinhás usavam o escravo entre elas como objeto de desejo sexual na ausência de seus maridos). Mascaravam, esta situação alegando que o escravo era um ótimo funcionário para serviços pesados domésticos.
Certa vez ele foi descoberto por um dos 7 fazendeiros e este decretou a sua morte através do desmembramento, ou seja, teve o seu corpo amarrado a 7 cavalos (um de cada fazenda) e estes puxavam-no em direções opostas até ter o seu corpo esquartejado.
A raiva dos fazendeiros era tanta que pediram aos capatazes para sair arrastando os membros pelas 7 fazendas da cidade. Seus restos mortais se dividiram em sete e foram enterrados em sete covas diferentes para que não pudesse nem em pensamento voltar a vida e para que cada uma destas mulheres tivesse como lembrança o que acontece com quem desafiava o poder dos fazendeiros. Este castigo era o preferido deste fazendeiro em específico para punir os escravos e pessoas que a ele tivesse a audácia de enfrentar. Inclusive, mandou matar a esposa da mesma maneira.
Este escravo foi resgatado como um quiumba revoltado, pois não teve se quer como se defender, e pior, havia se apaixonado por uma das sinhás. Ganhou a oportunidade de trabalhar na linha de Exu Sete Covas e uma das cosias que ele mais gosta de combater é o abuso de poder, o combate aqueles que agem de forma injustas e desleais para ganhar suas batalhas e conseguir as suas coisas, aqueles que agem na traição e usam a morte não como uma forma de clemência e finitude de ciclos, mas usam-na invertidamente como forma de agonia, dor e sofrimento.
Reparou seus erros, pois em vida também não tinha o direito de compactuar com aquelas situação de traições e aprendeu a ser um espírito muito leal à quem o carrega e à quem merece.
Através do mistério das Sete Covas este Exu se aperfeiçoou no mistério da morte, no mistério de Omolu. Ele conhece a morte indo e vindo pelas sete Catacumbas, pelos 7 tronos de Deus, pelas sete linhas de Umbanda e Quimbanda. Na foto abaixo, temos uma imagem popular do Exu Sete Covas na Quimbanda.
Seu Sete Covas está presente em alguns terreiros ensinando seus médiuns e consulentes a aceitar e entender o termino de ciclos, pois a morte na visão de Omolu não é apenas o término da vida, mas pode significar términos necessários para nossa evolução. Seu Sete Covas leva para o túmulo tudo aquilo que precisa ser desgastado, diluído, concluído, finalizado, terminado, ou seja, ele tem sete caminhos para colocar seus pontos finais.
É um ótimo Exu para colocar término em brigas, vícios, traições, dores, sofrimento, demandas, etc.