Iansã – orixá dos ventos e da tempestade!

Oxaguiã (Oxalá novo e guerreiro) estava em guerra, mas a guerra não acabava nunca e tão poucas eram as armas para guerrear.

Ogum fazia as armas, mas fazia lentamente e mesmo Oxaguiã pedindo a seu amigo Ogum urgência, o ferreiro já fazia o possível, pois o ferro era muito demorado para se forjar e cada ferramenta nova tardava com o tempo.

Tanto reclamou Oxaguiã que Oiá, esposa do ferreiro, resolveu ajudar Ogum a apressar a fabricação. Oiá se pôs a soprar o fogo da forja de Ogum e seu sopro avivava intensamente o fogo que aumentado derretia o ferro mais rapidamente. Logo, Ogum conseguiu fazer muitas armas e com elas Oxaguiã venceu a guerra.

Oxaguiã veio então agradecer a Ogum e enamorou-se por Oiá. Um dia fugiram Oxaguiã e Oiá, deixando Ogum enfurecido e sua forja fria.

Quando mais tarde Oxaguiã voltou à guerra precisou urgentemente de armas e Oiá teve que voltar a avivar a forja. E lá da casa de Oxaguiã, onde vivia, Oiá soprava em direção à forja de Ogum. Seu sopro atravessava toda a terra que separava a cidade de Oxaguiã da de Ogum, cruzava os ares e arrastava consigo pó, folhas e tudo o mais pelo caminho, até chegar às chamas com furor.

O povo se acostumou com o sopro de Oiá cruzando os ares e logo o chamou de vento. E quanto mais a guerra era terrível e mais urgia a fabricação das armas, mais forte soprava Oiá a forja de Ogum. Tão forte que às vezes destruía tudo no caminho, levando casas, arrancando árvores, arrasando cidades e aldeias. O povo reconhecia o sopro destrutivo de Oiá e chamava isso de tempestade.

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