Um pobre homem peregrinava por toda parte, trabalhando ora numa, ora noutra plantação. Mas os donos da terra sempre o despediam e se apoderavam de tudo o que ele construía.
Um dia esse homem foi a um babalaô, que o mandou fazer um ebó na mata. Ele juntou o material e foi fazer o despacho, mas acabou fazendo tal barulho que Ogum foi ver o que ocorria. O homem, então, deu-se conta da presença de Ogum e caiu a seus pés, implorando seu perdão por invadir a mata e ofereceu-lhe todas as coisas boas que ali estavam. Ogum aceitou e satisfez-se com o ebó.
Depois conversou com o peregrino, que lhe contou por que estava naquele lugar proibido e compartilhou todos os seus infortúnios. Ogum mandou que ele desfiasse folhas de dendezeiro (màrìwò) e as colocasse nas portas das casas de seus amigos, marcando assim cada casa a ser respeitada, pois naquela noite Ogum destruiria a cidade de onde vinha o peregrino. E assim se fez. Ogum destruiu tudo, menos as casas protegidas pelo màrìwò.