Maria Caveira é uma entidade espiritual da Umbanda, conhecida como uma Pomba Gira que trabalha na falange dos Caveiras, atuando principalmente em cemitérios e encruzilhadas. Sua história é marcada por independência, resistência e uma ligação profunda com a espiritualidade e a justiça.
Maria Caveira nasceu em 1678, filha de um fazendeiro rico em Minas Gerais, Brasil. Criada por uma escravizada africana a quem chamava de sinhá, ela desenvolveu um forte vínculo com a cultura e os saberes ancestrais, aprendendo sobre chás e feitiços. Desde cedo, enfrentou a opressão da sociedade patriarcal: aos 13 anos, seu pai arranjou um casamento com um fazendeiro viúvo, mas Maria se recusou a aceitar. Para escapar do matrimônio forçado, fugiu de casa e iniciou uma vida independente, tornando-se dona de cabarés e usando seus conhecimentos espirituais para sobreviver. Ela nunca se casou, nem teve filhos, e destacou-se por sua postura desafiadora e libertária.
Trabalha na falange dos Caveiras, sob a regência de Obaluaê/Omulú, atuando em cemitérios e encruzilhadas.
Veste-se de preto, com cabelos soltos e rosas vermelhas adornando-os. Pode usar uma capa e é descrita como elegante e discreta.
Séria, porém jovial, gosta de dançar e tem forte conexão com temas amorosos e de cura. É protetora de seus médiuns e exige seriedade e estudo.
Prefere champanhe, bijuterias douradas, e fuma cigarros ou cigarrilhas. Suas oferendas costumam incluir velas vermelhas e pretas.
Maria Caveira foi assassinada, mas as circunstâncias de sua morte nunca foram reveladas. Ela mesma afirmou, em relatos mediúnicos, que nunca amou ou se apaixonou, dedicando-se à liberdade e à espiritualidade. Sua figura é associada à resiliência feminina, simbolizando a luta contra injustiças e a conexão com os marginalizados.
Maria Caveira é descrita como menos séria que a Pomba Gira Rosa Caveira, e é mais voltada para a cura e a dança. Ambas compartilham a ligação com os cemitérios, mas Maria tem uma abordagem mais acolhedora.
