Nos anos de 1793 na capital do Kongo havia uma negrinha com o nome de Rita, era muito faceira, muito bonita e com seus 16 anos de idade era filha única do casal de Reis daquele país, filha da Rainha, já que seu Pai era Plebeu, então a negrinha Rita sempre que podia, saia da fortaleza que era o Castelo de sua morada, saia ela para poder brincar e ter uma vida mais natural para uma adolescente de sua idade, e foi em uma destas suas escapadas dos muros do castelo que foi então raptada por mercadores de escravos, colocada em um navio mercante, passou dias e noites nos porões daquele sombrio navio, fora trazida para o continente americano mais propriamente para o porto de Santos, de onde foi levada para o mercado de negros da capital paulista, neste mercado fora comprada por um fazendeiro de Café e Cana do interior do estado de São Paulo, na fazenda interiorana permaneceu sendo obrigada a deitar-se com os negros reprodutores e ter filhos que assim que nasciam eram lhes tirados e levados para o mercado de negros na capital paulista, conta ela, Vó Rita, que pariu por vários e vários anos, não tendo ficado com nenhum de seus filhos, e quando ficou “Seca” conta ela, que por continuar a ser uma negra muito bonita, o patrão sempre a cobiçava e então ordenou que a mesma passasse a prestar serviços na casa grande como era conhecida a residência dos patrões, ela então passou a ser cozinheira oficial dos patrões, auxiliando-os nos afazeres domésticos bem como servindo de ama-seca para os filhos e netos do patrão, conta ela, Vó Rita, que era obrigada a experimentar todos os tipos de comida, bebidas e sobremesas que a mesma fazia, tinha que ser a primeira a comer, pois o patrão temia que a mesma envenenasse as comidas e as bebidas, Vó Rita deixou este plano material com 94 anos e 114 quilos, conforme ela mesma diz, e diz isso com muito orgulho, diz ainda que nunca chorou pela situação de escrava, já que foi uma “escolha” dela em desobedecer sua mãe e seu pai saindo da segurança do Castelo da Rainha e Rei de Kongo.
Sarava