É uma entidade espiritual venerada na Umbanda, conhecida por sua sabedoria, humildade e trabalho de cura e auxílio aos necessitados. Sua história e mensagens são marcadas por ensinamentos profundos sobre amor, perdão e espiritualidade.
Pai José da Guiné foi um escravo em uma fazenda de café no interior paulista durante o século XIX. Ele enfrentou grandes sofrimentos, incluindo a separação de seu grande amor, vendida por capricho da sinhá dona da fazenda. Apesar das adversidades, ele nunca cultivou ódio ou vingança, encontrando consolo nas rezas e na fé nos Orixás.
Após sua desencarnação, Ele assumiu a missão de trabalhar como Preto Velho nos Terreiros de Umbanda, ajudando a libertar os filhos de fé dos grilhões do orgulho, egoísmo e sofrimento.
Pai José é descrito como um homem negro, sempre vestindo roupas simples, chapéu de palha e carregando um cachimbo, símbolo de sua sabedoria e capacidade de limpar energias negativas.
Ele atua principalmente em trabalhos de cura, quebra de feitiços e orientação espiritual. Sua mensagem enfatiza a importância da limpeza interna (como bom humor e simplicidade) antes dos rituais.
Pai José ensina que a espiritualidade deve ser vivida diariamente, não apenas nos Terreiros. Ele destaca a importância de levar os valores da Umbanda (como caridade e fraternidade) para a vida cotidiana. Ele enfatiza que o caminho da evolução espiritual é o amor, não a vingança. Ele perdoou seus opressores e ensina que a verdadeira libertação vem do perdão e da fé em Oxalá, também afirma que “Aruanda não é um lugar, é um estado de espírito”, incentivando seus filhos a viverem em sintonia com a espiritualidade em todos os momentos.
Critica médiuns que se preocupam apenas com rituais externos (como banhos de ervas), destacando a necessidade de limpeza emocional e mental antes dos trabalhos.
Em um diálogo registrado, Pai José alerta sobre a importância da sintonia espiritual contínua, mencionando que muitos médiuns não percebem o trabalho realizado pela espiritualidade durante o sono ou fora dos Terreiros. Ele também compartilha histórias de sua encarnação, como o resgate espiritual de um afilhado, demonstrando seu sacrifício e fé para salvar almas.
Pai José da Guiné é um símbolo de resistência, sabedoria e amor incondicional. Sua trajetória como escravo e sua atuação como Preto Velho na Umbanda inspiram a prática da humildade, do perdão e da conexão diária com o divino. Suas mensagens continuam a guiar fiéis em busca de libertação espiritual e paz interior.
foto registrada de Pai José da Guine, no Conga do Terreiro de Umbanda Pai José e Baiano Severino.
