A Falange dos Pretos Velhos é uma das linhas mais emblemáticas da Umbanda, representando sabedoria, humildade e caridade. Sua história está profundamente ligada ao período colonial brasileiro e à resistência espiritual dos africanos escravizados.
Os Pretos Velhos são espíritos que se manifestam como anciãos africanos que viveram nas senzalas, muitos deles escravizados que morreram no tronco, de velhice ou sob condições brutais. Durante os séculos de tráfico negreiro (séculos XV ao XIX), milhões de africanos foram arrancados de suas terras, especialmente das regiões da África Ocidental, Central e Sul, incluindo povos bantos, iorubás, geges, hauçás e malês.
Apesar da violência da escravidão, esses ancestrais preservaram suas tradições religiosas, como o culto aos Orixás, através de rituais secretos e sincretismos com o catolicismo imposto pelos senhores. A “macumba” (termo genérico para práticas religiosas afro-brasileiras) era um ato de resistência cultural e espiritual.
Após desencarnarem, esses espíritos retornaram como Pretos Velhos, incorporando a sabedoria adquirida em vida. Eles se organizaram em uma Falange espiritual com a missão de auxiliar tanto encarnados quanto desencarnados, especialmente aqueles em sofrimento.
Não são apenas ex-escravos, muitos desses espíritos tiveram outras encarnações (como filósofos, médicos ou até Exus que evoluíram) e assumem a forma de Pretos Velhos para transmitir ensinamentos com simplicidade e empatia.
A conexão com Orixás embora associados principalmente a Obaluaê/Omulú, trabalham também sob as vibrações de outros Orixás.
Os Pretos Velhos ensinam que a evolução espiritual vem pela humildade e amor incondicional. Sua presença nos Terreiros é um convite ao autoconhecimento e à cura interior, lembrando que “a solução está dentro de você”.
