A Quimbanda é a religiosidade brasileira que se ocupa essencialmente do culto de Exu e de Pombagira. Quando eu falo brasileira, digo que na certidão de nascimento dela tá escrito – brasileira. Por mais que um ou outro possa falar em Quimbanda africana. O que existe é o Quimbanda africano, uma espécie de Sacerdote e de Curandeiro… Não precisa de muito para perceber que são coisas diferentes.
Um ponto importante: Quimbanda está intimamente ligada à Umbanda. Não são exatamente a mesma coisa, mas é impossível falar de Quimbanda sem mencionar a Umbanda. Ainda, apesar de o termo fazer menção a uma religiosidade independente, ele também pode fazer menção ao Culto de Exu e de Pombagira dentro da Umbanda – por exemplo, no caso das giras ou sessões de Quimbanda, que ocorrem dentro do contexto Umbandista.
Em linhas gerais existem duas grandes correntes de Quimbanda: a primeira, do Sudeste brasileiro, nasce “oficialmente” pelos anos 1940-50 com o trabalho de escritores como Lourenço Braga e Aluizio Fontenelle – provavelmente, os escritos deles refletiam práticas que nasceram antes nos Terreiros, mas aí entramos em um emaranhado histórico difícil de desenrolar, ainda, esta corrente é tocada, em sua formação, principalmente por umbandistas que, em geral, tocam a Quimbanda, de maneira independente da Umbanda, em segredo dentro de seus Terreiros.
A segunda corrente nasce pelos anos de 1960 no Sul do Brasil, em Porto Alegre, capitaneada por Mãe Ieda do Ogum – essa corrente se separa de maneira destacada da Umbanda logo de cara, formando uma Religião pública e mais comunitária.
Dentro dessas duas correntes surgiram – ao longo do tempo – variedades ou vertentes distintas. Por exemplo, temos a Quimbanda Malei, a Quimbanda Congo, a Quimbanda Luciferiana, a Quimbanda Nagô, a Quimbanda de Raiz… Cada uma dessas vertentes vai levando a Quimbanda para um foco mais ao gosto do freguês.
Na verdade, se pensarmos na essência da Quimbanda, o Culto de Exu e de Pombagira, é natural que existam muitas vertentes. Afinal, se existem incontáveis Exus e Pombagiras, faz sentido que exista uma Quimbanda ligeiramente diferente a depender do Exu ou Pombagira de frente do Sacerdote da casa, não é? Com isso, as Quimbandas diferentes vão ganhando vida e cores. Por isso, não podemos condenar as diferenças entre as Quimbandas – o que não quer dizer que vale qualquer coisa – mas isso é pra outro dia…
Bateu aquela vontade de saber mais?
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