Conta uma antiga lenda que a esposa de um índio da tribo Macuxi, ficou paralítica depois de ser acometida por uma grave doença.
Apaixonado pela mulher, o índio construiu uma tipoia especial e passou a carregá-la nas costas para onde quer que fosse.
Um dia, enquanto caminhava com ela pela floresta, percebeu algo errado. Ao desamarra-la das costas, descobriu com tristeza que a esposa havia falecido. Despedaçado, o índio cavou uma enorme cova, e nela enterrou-se junto com a amada.
Tempos depois, na lua cheia, do exato lugar aonde o casal estava sepultado, brotou uma planta totalmente desconhecida da tribo: era o Tamba-Tajá, um vegetal de folha verde escuro na frente e que no verso carrega outra folha menor, cujo formato possui certa semelhança com a forma do órgão genital feminino. Do amor do casal de índios, nascera aquele tajá encantado!
No Pará, uma crença muito forte, afirma que quem cultiva algumas espécies plantas, tais como os Tajás, só precisa “curá-las”, para que possa libertar um espírito guardião, que existe dentro delas.
A partir do momento em que é libertado, esse espírito passa a proteger o lugar onde vive, afugentando intrusos e outras visitas inesperadas.
O termo “curar” utilizado neste caso, refere-se a uma espécie de feitiço que se faz na planta, através da prática frequente de regar seu pé, com a água que se usa para lavar a carne, e também com cachaça.
Muitas pessoas que dizem ter visto o espírito do guardião, descrevem-no como um enorme índio, de olhar severo. Há também quem afirme ter visto um homem alto e forte, comparando-o a um guerreiro africano.
Várias plantas, são utilizadas para essa finalidade, mas algumas das mais “curadas”, além do Tamba-Tajá, são, a Espada de São Jorge, o Rio Negro e o Comigo-Ninguém-Pode.
Para quem quer arriscar-se a “curar” uma dessas plantas, fica o aviso: depois de ser desperto, o espírito do vegetal, passa a aparecer, independente da vontade de quem o “curou”.