Caboclo Tupinambá

O termo “tupinambá” significa “o primeiro” ou “o mais antigo” e se refere a uma das nações indígenas mais conhecidas do Brasil. Fazia parte dessa grande nação as tribos

Conta a história que, em um belo dia, o Caboclo Tupinambá saiu para uma de suas caçadas e levou uma pancada na cabeça, ficando desacordado por muito tempo, estirado no meio da mata.

Imóvel e no chão, o Caboclo começou a ser picado por alguns insetos e assim, um odor desagradável começou a sair do seu corpo e a atrair outros animais. Entre os animais atraídos, estava um grande animal feroz, que chegou para atacá-lo e foi surpreendido por uma serpente que que pulou em cima do animal e, com os barulhos da briga, o Caboclo Tupinambá voltou a consciência. Assustado e no impulso pegou a faca que portava em sua cintura e matou o animal feroz.

Com o abatimento do animal de grande porte, ele se afastou correndo da serpente sem tirar os olhos dela. Assim ele começou a caminhar de um lado para o outro, ainda atento com um possível bote da cobra, sem saber que ela já o acompanhava, com medo de que ele pudesse matá-la. E, assim, os dois seguiram por horas caminhando lado a lado e atentos.

Em um determinado momento o Caboclo percebeu que a cobra que ele temia e o acompanhava no caminho, estava lhe ajudando a caçar e servindo de isca para atrair suas presas. Ao longo dessa jornada o Caboclo e a serpente ficaram amigos, tão amigos que a cobra era levada pelo Caboclo, em seu braço, como se fosse um bracelete.

No caminho de volta, o Caboclo se perdeu pois, como ficou muito tempo desacordado, os rastros que ele havia deixado pela mata, haviam se apagado e, vagando pela mata, a procura da saída, ele foi levado até a morada das cobras e lá ele aprendeu os seus segredos, passando a conhecer todas as magias, quando elas subiram em seu corpo e curaram todas as suas feridas causadas pelos insetos.

Após o ocorrido, o Caboclo Tupinambá passou a conviver com as cobras em plena harmonia. Um auxiliando ao outro. Até que em um belo dia ele se surpreendeu com o ataque de uma cobra coral e esse ataque veio a se repetir por diversas vezes. O ataque se deu pelo fato de a cobra coral ter ciúmes da convivência do Caboclo com as outras demais de sua espécie, assim, uma disputa foi criada entre eles.

O Caboclo vivia brincando com a cobra coral para provocá-la, até que um dia, a matou. Após isso ele retirou o coro da cobra e colocou em sua testa e assim seguiu andando, com esse troféu. As cobras que andavam com o Caboclo, aceitaram o ocorrido, sem nenhum problema, já as outras cobras corais, não. E, assim, a rixa entre o Caboclo e a cobra coral permaneceu.

Acompanhado das cobras ele foi desbravando todos os caminhos da mata, até conseguir, finalmente, chegar a sua tribo e, ao chegar na sua aldeia, descobriu que caçadores haviam invadido suas terras e teriam tacado fogo em tudo. Sua mãe acabou sendo abusada e, posteriormente, morta queimada e, com isso, todos os seus familiares abandonaram a tribo. Entretanto, ele preferiu continuar no local e erguer seu novo começo ali, ao lado da sua nova amiga cobra.

Com o tempo, outros índios foram chegando e trazendo suas famílias e reestabelecendo uma tribo. Apesar disso, após todo o ocorrido, Tupinambá passou a ser um índio triste e de poucas palavras, mas que atuava na cura de todos os integrantes daquela aldeia.

Com o avançar da idade e a tristeza aumentando, o Caboclo sentiu que sua hora havia chegado e, por isso, preferiu se isolar na mata, com sua companheira cobra, sentado debaixo de uma árvore, aguardando sua morte que estava próxima e, assim, aconteceu. Entretanto, a sua grande amiga partiu primeiro.

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