Sobre a importância de jogarmos água à rua, por exemplo quando chegamos na Casa de Matriz Africana. Na ocasião, explicamos que estamos pedindo licença aos donos da Porteira, em especial à Exu.
Hoje vamos falar um pouco a razão da existência de Exu na porteira, tendo obviamente, todo o cuidado de não explanar aquilo que não é permitido, o chamado mistério da nossa religião.
Uma história Nagô conta que havia um grande sábio, que em razão do seu surpreendente conhecimento era invejado por muitos, até mesmo pala Morte (Iku) e pela Doença (Arun). Ao saber disso, esse grande sábio consultou um Babalorixá, tentando saber o que fazer para afastar um possível mal à sua integridade física.
O Deus da Adivinhação, por meio do jogo, disse que ele seria atacado por Arun (a doença) e em seguida por Iku (a morte) e que para conseguir escapar, ele deveria realizar uma oferenda à dois Exu, colocando um na entrada principal da sua casa e outro na entrada dos fundos. Assim o sábio fez, com o auxílio do Sacerdote.
No dia seguinte, Arun foi à casa do sábio e, ao chegar na porta de entrada, deparou-se com Exu. Arun disse: “Me dê licença Exu, pois quero entrar”. Exu, que havia recebido as oferendas do sábio, disse à Arun que não permitia a sua entrada, que desse meia volta. Arun no entanto, não se deu por contente e tentou entrar pela porta dos fundos, mas lá, o outro Exu também não deixou Arun entrar. Iku, fez o mesmo que Arun e não conseguiu entrar na casa do sábio.
Desde aquele dia, Exu está na porteira dos sábios, evitando que coisas negativas entrem.
